Tempoesia


Tempoesia
Rio de Janeiro: Litteris Editora, 2010










Trechos do livro:




Texto de Orelha

Nesse pedacinho de papel,
aqui no canto,
até caberia um poema,
mas
quanto de um poema
cabe em um pedaço de papel?
E quanto?
quanto de papel faz um
poema?
Não!
Papel não é Poesia... Ainda não!
A Poesia não cabe
- nunca! -
em um pedaço de papel!
Qual é o papel das palavras?
O que é que minha palavra faz
no papel de palavra de papel?
Ela espera!

Minha palavra,
escrita
espera uma voz;
uma voz que a faça,
a respire,
a viva...
a "poeme"!










Índice
Quem sabe o que busca,
no trilho seguido, o brilho
do caminho ofusca.









- Prefácio -

Não vem...
Otávio Augusto

Não vem,
Não vem a poesia
Que eu tanto queria.

Não vem!
Não vem?
Não vem...


     Talvez este tenha sido o único poema - até hoje - escrito por Otávio Augusto; pelo menos por este Otávio. Uma simplicidade tamanha que, talvez, de tão simples, o próprio autor não lhe dê a devida importância - se é que dá alguma...
     Pois nestas palavras, simples palavras simples, esquecidas em um distante concurso de poesia dos tempos de escola, descobri que repousam a essência e a motivação de todos os meus versos! Sim, Otávio, acredite que este poema, que enredou até mesmo brincadeiras e risadas - por alguém tão próximo e tão novo, com algo tão simples, "que qualquer um poderia escrever", ser premiado - estes versos carregam, em si, a inquietude da minha poesia.
     "Não vem! Não vem? Não vem..." Este jogo de tons, que vão da revolta à resignação passando pela incerteza, me fez crer que deve ser esta a minha postura diante da poesia. Aceito, mesmo depois de muitos versos, que nunca - nunca! - a minha poesia virá. Ela nunca virá por completo; eu nunca terei dito tudo; sempre haverá um não-dito aguardando o momento certo para saltar diante de mim e, de mim, para quantos me ouvirem e lerem.
     Somente assim, não vindo, é que a poesia não cessará de surgir. Enquanto aguardo esta poesia que "não vem", com a certeza de que ela não virá, eu busco!


Marcelo Aceti




















Tempoesia














Moço?

- Moço, dá um trocado?
- Desculpa...
- Dá um trocado, moço?
- Não, não, desculpa, estou com pressa...

- Moço, que horas são?
- Qu-Quinze para as três...
- O senhor acordou cedo, moço?
- Sim, sim, acordei cedo...
- Moço, o senhor tá com fome?
- Não! Estou com pressa!

- Eu também estou com pressa, moço, sabia?!
- Não, não sabia, tá com pressa? Por quê?
- Tô... É que eu também acordei cedo, ninguém me dá um trocado, já são quinze para as três e eu ainda tô com fome. Me dá um trocado, moço...










Dizem...

Dizem que
um poeta,
para mostrar seu valor,
tem que falar de outra coisa
que não seja amor.

Dizem que
um poema,
para ter seu valor,
tem que falar qualquer coisa
mas tem que ter amor.

Diga-me,
sou poeta!
e tenho lá o meu valor;
o que falo não é qualquer coisa
pois, tudo que falo, faço com amor...










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